domingo, 22 de março de 2009

Duvidar pra quê?


Ontem foi um dia e tanto. Muito trabalho pra por em cartaz dois espetáculos (Ópera e Rasif). Nem é bom pensar o quanto de dúvidas se passam na minha cabeça quando passo por uma maratona similar à que nós do coletivo passamos ontem. O fato de não podermos nos dedicar unicamente ao trabalho de colocar o espetáculo em cena, traz uma gama de muito esforço, principalmete no dia da estréia. O trabalho é tão exaustivo que fico pensando em não fazê-lo mais.

Aí vem a apresentação, aí vem os aplausos, aí vem a certeza na alma de que é isso mesmo que tenho que fazer, que nada do que eu possa fazer superará as emoções de mexer com a emoção do outro.

E foi exatamente depois do extenuante trabalho de ontem, quando saímos para receber os cumprimentos da platéia, que percebo quando fazemos a diferença. O trabalho persistente, um dia, talvez, pode ser menos estressante. Mas deixo aqui a impressão de um garota de pouco mais de 18 anos, que eu nunca tinha visto e, acompanhada de uma amiga da mesma idade,veio me cumprimentar. Ela me disse: "sou sua fã, fico na maior vibração pelo seu trabalho, dando a maior força!". Sua amiga veio por insistência dela e ficou muito agradecida pelo espetáculo.

É... ficou aquele gostinho de que o esforço valeu à pena!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Atuação







Quando estréio um novo espetáculo começo uma nova fase do trabalho. Os ensaios que atecedem a estréia, em pelo menos
três meses, são extremamente necessários para que possamos experimentar e explorar possibilidades de atuação.

A repetição vai nos trazendo segurança e descobertas em relação ao personagem que estamos desenvolvendo. Os resultados da temporada advém do quanto nos dedicamos aos ensaios.

Hoje em dia qualquer profissional pode e faz uso do computador para auxiliar a execução do seu trabalho. No teatro usamos com uma infinidade de possibilidades que vai desde a impressão de textos à pesquisa na internet. Nos últimos anos tenho me permitido 




Para qualqi

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O Presente




Ontem larguei tudo que estava fazendo e fui meditar. Fiquei algum tempo embaixo da Mãegueira, a princípio respirando pra depois entrar no exercício com as vogais. Entrei numa sintonia comigo, apesar de perceber que minha mente ainda fica focando a minha realidade cotidiana. Mesmo relutando consegui perceber mudanças significativas no meu pro-cesso de conexão.


Os sons saíram mais facilmente, mas percebi com mais clareza que ainda os produzo com timidez. Preciso ficar mais à vontade e isso provavelmente me trará mais segurança e descobertas.


Uma mulher com vestes claras veio ao meu pensamento e agradeceu por eu ter vindo "cantar", disse que havia uma centena de pessoas ali que precisavam me ouvir, "que fantasia em nego véio", foi o que pensei, mas entoei meus sons.


Abri os olhos e me conectei com o Baobá, lembrei que quando ele nos pediu ajuda na última meditação eu fiz um triangulo energético e em cada vértice estavam o Baobá do Uchoa, o do forte e por fim o nosso pequeno príncipe. Ele agradeceu a minha presença e reafirmou o pedido de ajuda. Fez-me perceber que a lembrança de Rui na meditação na Mãegueira devia ser levada em conta. Que eu poderia utilizar o que havia aprendido. Iniciei a troca energética, como já havia me conectado comecei a circular a energia puxando da terra e enviando prara o baobá através das mãos. Poderia fazer a partir de então sempre que me fosse possível. Fiz um pedido. Se aquele contato estava de fato acontecendo, me desse uma folha mas deixei claro que eu não iria arrancá-la. Agradeci e abri os olhos. Lá estava, uma pequena folha amarelada no meio do capim, dentro do cercado que abriga o nosso Pequeno Príncipe.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A Conexão

Na meditação da semana passada concluímos o trabalho fazendo um desenho. Resisti a princípio mas resolvi encarar a folha de papel em branco. Logo me veio o desejo de registrar o processo de comunicação, já que esse foi o foco do dia. Consegui registrar através do desenho a minha dificuldade em estabelecer a comunicação. Veio nítida a percepção de que o que recebo é muito maior do que eu consigo perceber. A imagem de uma ampulheta multicolorida onde um mar infinito de informação tenta passar por um restrito canal.
Ontem na meditação ao experimentarmos usar os sons, a partir da leitura do livro de Kaká Werá, senti claramente o alargamento do canal, algo havia mudado e compreendi que há uma caminho a ser percorrido. O uso da voz e da palavra é o meu trabalho. No teatro consigo uma conexão com a platéia, e sempre houve em mim o desejo de amplificação deste contato.
A experiência ontem serviu como um sinal de que há um trem sobre o trilho, e que é preciso seguir viagem!

sábado, 17 de janeiro de 2009

Buscar, buscar, buscar...



Ando buscando novas formas de continuar fazendo o que sempre fiz. Reflito constantemente sobre minha vida na arte. Diante de tudo o que já vivenciei no teatro, e a grande contribuição que este processo me causou, fico me perguntando o que posso fazer agora?


Há uma necessidade latente em mim em continuar investindo em continuar crescendo. Tenho um caminho ou um fio que me conduz a cada trabalho.


Há uma ânsia e um desejo de ir além, de buscar mais, ir fundo no processo.


Às vezes percebo que não tenho a verdadeira dimensão da totalidade do trabalho que venho realizando. Na verdade nem sei se quero perceber de fato, mas quero sempre dar vazão à minha inquietação.