terça-feira, 5 de abril de 2011

UM OUTRO MERGULHO


Levando em consideração o propósito deste blog, registro aqui uma significativa experiência no meu caminho espiritual. Encontrei um registro num dos tantos cadernos que mantenho como diário datado em 16/02/2010. Ei-lo então:
O trabalho foi bem intenso hoje. A princípio pode parecer que tenha sido incômodo, ou porque não dizer desagradável, mas foi na medida da minha solicitação, para que eu mantivesse de forma as sensações e efeitos da experiência.

Acordei um pouco antes das 3 da manhã. Levantei tomei agua e um pouco de mel. Voltei pra cama, mas a sensação de estar me impedia de adormecer. Acendi a luz da cabeceira e peguei o livro de Steiner. Li justamente o capítulo em que ele trata
do despertar da consciência supra sensível.Um exercício de interiorização, seja a partir de uma imagem simbólica ou sentimento. Pouco tempo depois resolvi exercitar o que ele transmitia. Fechei o livro , apaguei a luz e comecei a relaxar o corpo e a mente, sentindo que no mínimo adomerceria novamente.

Senti uma intensa vibração tomando meu corpo. Não estava dormindo e algo estava realmente acontecendo.Procurei manter a calma através da respiração. Já havia passado por sensações similares, mas desta vez veio tão intensa que pensei em desistir mas ao mesmo tempo obedecia ao comando de não resistir e relaxar. A vibração aumentou e não adiantava mais querer interromper ou levantar, a intensidade era tal que passei a observar. Pedi ajuda , chamando meus guias para me dar suporte.

É difícil descrever as sensações em experiências desta natureza, mas era como uma grande descarga de energia elétrica num fluxo contínuo, sem dor obviamente, como um intenso arrepio na alma.

A janela do quarto estava completamente aberta, ouvi ruídos do lado de fora e um varal surgia do nada invadindo o quarto. Só havia roupas azuis, tinha até um casaquinho que só pude identificar como sendo de um boneco. Comecei a me concentrar numa energia azul que que envolvia todo o quarto.
Fiz menção de abrir os olhos, abri, mas nada do que sentia interrompeu-se. Fechei os olhos novamente e disse mentalmente, relaxe.

E tudo continuou, energia intensa, sensação de frio. cobri-me. As mudaram de cor, do azul para o violeta e lá estava o casaquinho do boneco. Senti dificuldade de concentrar-me nesta cor e uma cor marrom se impunha mas eu me esforçava para me concentrar na cor violeta. Levantei-me , fechei a janela e voltei pra cama. Será que pára desta vez? Pensei enquanto me deitava. As imagens vieram como um sonho, um grande teatro, a platéia estava completamente cheia, com pessoas conversando animadamente enquanto esperavam o espetáculo. Alguém comenta que vai haver uma ópera. Vejo Kyara na última fileira de cadeiras, nos cumprimentamos com um beijo.

Volto ao meu quarto e sinto necessidade de compartilhar o que está acontecendo comigo. Vou até outro quarto da casa, tem alguém dormindo lá, acordo a pessoa e faço o seguinte comentário de forma emocionada:" comecei a sentir o trabalho que fazem conosco. Pareço assustado, mas é o que eu quero. Na verdade é tudo o que move neste momento. Ter cada vez mais o sentimento e o conhecimento do mundo espiritual e este desejo está sendo atendido. Não quero fraquejar nem desistir, mas o que posso te dizer agora é que senti uma pequena parcela de todo o amor de seres que trabalham para o desenvolvimento da humanidade.

A sensação que eu tinha é que se eu vivesse ou sentisse todo aquele amor, meu corpo físico não resistiria. Fui para o quintal e comecei a movimentar meus braços. Senti-me como um dínamo, um gerador de energia . Percebi a amplitude dos meu movimentos. Poderia derrubar um fruto no alto de uma árvore? A força do sutil interferindo no físico. Chamaram meu nome suavemente : Fábio. Acordei. A janela estava aberta. Levantei-me para escrever.